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Estado Policial

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O suicídio do Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se tornou o mais eloquente alerta contra os excessos do Estado na condução de investigações. O Professor Luiz Carlos Cancellier, de biografia e currículo impecáveis, foi vítima da banalização das prisões. Não lhe acusaram de malversação de recursos públicos. Seu alegado envolvimento se restringia à suposta obstrução de uma investigação interna na Universidade. A medida extrema de prisão foi adotada sem que o inquérito policial estivesse concluído e sem dar qualquer oportunidade de defesa ao acusado. Como se não bastasse o ato arbitrário, a prisão se cercou de indevida espetacularização, lançando irreversível mácula sobre sua reputação. Segundo o advogado Jovenil Arruda, da Dr. Adauto Advogados, “a sociedade deve ficar vigilante e não aceitar o abuso de poder por parte das autoridades, pois qualquer um de nós pode ser a próxima vítima. Com preocupante frequência sanções vexatórias são impostas sem que as investigações estejam concluídas, e isso fere de morte nosso Estado Democrático de Direito”.